Estamos no fim do ano. Não sei obviamente o que será o futuro mas que estou cada vez mais descrente dele lá isso estou.
Por causa destes sentimentos lembro-me muito de um poema que já conhecia e que felizmente o encontrei na Rua da Judiaria já algum tempo.
A Verdade Morreu
A Verdade morreu
Não se estima a piedade,
A infâmia e o erro
São fortes e poderosos,
Não há quem busque ser
Virtuoso e humilde,
E o respeito de Deus
Foi esquecido.
Ninguém sente desgraça
Em ser pedinte,
Grande é a vergonha,
As almas são pequenas face à culpa.
Em vez de amigos
Há inimigos.
Na companhia
Há inveja,
E amor fraternal
É um engano.
Honra
Não mais existe.
Dinheiro é a Palavra –
E quem o tem é senhor.
Todos fazem dele discussão.
Meu Deus, o que será de nós!
Ulma Seligman (séculos XVI e XVII), poeta judeu alemão.
Poema extraído do livro “Der Zuchtspiegel” (O Espelho da Virtude), publicado em 1610.
[N.T. –Traduzido para português com base na tradução do yiddish original para o hebraico feita por Joseph Leftwich.]