A propósito do post “Xeque ao Boris” por Rui Bebiano do seu magnifico blog A Terceira Noite gostava de lhe perguntar qual é a admiração sobre o caso, dado as restrições de toda a ordem a que os escritores na União Soviética estavam sujeitos.
Já agora quantos membros da Real Academia Sueca trabalharam para o KGB, dado a quantidade de escritores que foram agraciados com o Nobel, cujo único mérito eram somente serem marxistas ou envolvidos em organizações pró-bloco leste?
Já agora talvez não faça mal ler uma passagem de Maria José Oliveira cujo excerto do artigo transcrevo a seguir. “A obra maldita de Boris Pasternak”
O incómodo e a fúria
Ao contrário do que o meio intelectual soviético propagandeou, Pasternak não recebeu o prémio por causa de "Doutor Jivago" (embora o próprio autor tenha tentado desculpar-se da atenção que lhe era dada pelo Ocidente, apontando como motivo a publicação do livro, em Itália). O seu nome já constava da lista de prováveis nomeados da Academia Sueca desde o fim da II Guerra e em causa estava a sua obra poética. De 1946 a 1950, esteve sempre na "short-list" de candidatos. E voltou a ser colocado em 1957, ano em que o laureado foi Albert Camus, que, aliás, elogiou Pasternak no seu discurso na cerimónia de entrega do prémio.
Os rumores de que Pasternak poderia vir mesmo a ganhar o Nobel causavam grande incómodo no interior da União de Escritores Soviéticos. E quando foi anunciado o vencedor de 1958 - "pelo seu importante feito tanto na lírica poética contemporânea como na área da grande tradição épica russa" - o incómodo transformou-se em fúria.
Etiquetas: Literatura, Reflexos de Pavlov
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