Nada mais apropriado que, no decurso da 80ª Feira do Livro de Lisboa, do que a leitura de uma entrevista de Umberto Eco sobre o livro e o seu futuro.
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O livro não está condenado, como apregoam os adoradores das novas tecnologias?
O desaparecimento do livro é uma obsessão de jornalistas, que me perguntam isso há 15 anos. Mesmo eu tendo escrito um artigo sobre o tema, continua o questionamento. O livro, para mim, é como uma colher, um machado, uma tesoura, esse tipo de objecto que, uma vez inventado, não muda jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído. O livro ainda é o meio mais fácil de transportar informação. Os meios electrónicos chegaram, mas percebemos que sua vida útil não passa de dez anos. Afinal, ciência significa fazer novas experiências. Assim, quem poderia afirmar, anos atrás, que não teríamos hoje computadores capazes de ler os antigos disquetes? E que, ao contrário, temos livros que sobrevivem há mais de cinco séculos? Conversei recentemente com o director da Biblioteca Nacional de Paris, que me disse ter digitalizado praticamente todo o seu acervo, mas manteve o original em papel, como medida de segurança.
Etiquetas: Cultura, Feira do Livro em Lisboa, Livros, Umberto Eco
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