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terça-feira, novembro 09, 2010
Parece mentira...



Lisboa: Antigo responsável da câmara destrói habitação da autarquia

Casa vandalizada por ex-director
Funcionário municipal arrancou portas, lava-loiças e bancadas da casa da CML

Por:Paulo Pinto Mascarenhas

Antes de abandonar a casa que tinha sido concedida de forma indevida pela Câmara de Lisboa, o antigo director municipal José Almeida Bastos esvaziou a cozinha de todos os equipamentos e retirou bancadas e lava-loiças.

Desapareceram também os armários e as maçanetas das portas. A casa ficou vazia e semidestruída. A vereadora da Habitação, Helena Roseta, nem queria acreditar quando viu as fotografias do longo dossiê enviado pelos serviços e pediu já um processo disciplinar contra o funcionário municipal.

José Almeida Bastos esteve envolvido no chamado ‘Lisboagate’, quando em 2008 se tornou conhecida a atribuição ilegal de 3200 casas camarárias a políticos, vereadores, amigos, artistas, jornalistas e familiares, entre outros.

No dossiê, a que o Correio da Manhã teve acesso, documenta--se todo o historial da concessão de uma habitação, desde 1990, a pedido de Almeida Bastos, ex-director municipal do Departamento de Apoio aos Órgãos Municipais. Em 2008, soube-se que não vivia lá desde 2001 e que tinha passado a casa ao filho Paulo.

Como afirma Helena Roseta ao CM, "o processo de devolução acabou por ser litigioso". Confrontado com o estado em que deixou a casa, acrescenta Roseta, o funcionário deu "a explicação que tinha feito benfeitorias e, portanto, podia partir as benfeitorias todas – o que é completamente inaceitável."

O Correio da Manhã contactou o actual serviço de José Almeida Bastos, mas não obteve qualquer resposta.

QUEM ESTRAGAR VAI TER DE PAGAR

"A Câmara Municipal de Lisboa tem de ter autoridade nesta matéria, e a lei permite punir as pessoas que têm este tipo de comportamentos", diz Helena Roseta ao Correio da Manhã. A vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa adianta que o vandalismo em casas municipais será punido seja quem for o autor. Para o efeito, enviou um despacho aos serviços em que estabelece "o princípio do estragador-pagador". Quem estragar, tem de pagar.

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