Top O Lisboeta Observador: maio 2013
sexta-feira, maio 31, 2013
Ainda há gente intelectualmente honesta à esquerda!


Vale a pena ler e dar atenção a este texto de Manuel Maria Carrilho dado à estampa no Diário de Noticias sobre a “Saída da Austeridade em Portugal”.
As pessoas são mais ou menos respeitadas e levadas a sério pelo seu trabalho e desempenho, sempre numa possível procura de um caminho para a solução de um problema e a sua explicação. Ou seja, há contributos e contributos!
Pela leitura deste texto vê-se a diferença entre um intelectual e político honesto, em contraste com um bando de arruaceiros e panfletários reunidos numa qualquer sala magna de uma universidade.  


"LIBERTAR PORTUGAL DA AUSTERIDADE"?
«O problema nasce com o facto, que na verdade não podia ser mais paradoxal, de se investir numa imaginária Europa de esquerda no preciso momento em que o ultraliberalismo a configurava nos seus traços fundamentais: apologia da abertura e do livre-cambismo sem limites, das privatizações, da desregulamentação generalizada, da financeirização da economia, etc. "Libertar Portugal da austeridade" implica hoje uma plena consciência deste equívoco e das suas consequências. Sem ela nada é possível, continuaremos num carrossel de ilusões e de impasses. Porque foi através deste equívoco que se estabeleceu a misteriosa continuidade entre o capitalismo popular e o socialismo da dívida, como se ele fosse o milagroso operador de uma modernidade sempre incensada, e como se o governo das sociedades e das pessoas se tivesse tornado uma mera gestão de coisas. E é ainda esse equívoco que explica que, apesar de o Norte e o Sul da Europa viverem agora de um modo muito distinto o destroçar do sonho europeu de convergência, esta ficção se mantenha, nuns casos por razões tácticas, noutros com intenções estratégicas, mas todos igualmente esquecidos do "interesse europeu" e a pensarem apenas no espaço de manobra e nos pequenos interesses de cada um. Em segundo lugar, "para libertar Portugal da austeridade" é preciso compreender que a crise que vivemos é, acima de tudo, uma crise do capitalismo: uma crise nova, diferente, a exigir análises e respostas inéditas. E que ela é um produto do paradigma do ilimitado (da energia, do consumo, do crédito, dos direitos, etc.), e que este paradigma do ilimitado foi o verdadeiro cimento ideológico do ultraliberalismo desde os anos 80 do século passado. Um paradigma que, é preciso reconhecê-lo, também deslumbrou - e desarmou - a esquerda. Deslumbrou-a de três modos, suscitando um fascínio acrítico, antes de mais, com todas as formas emergentes, mais ou menos fracturantes, de um individualismo que reivindicava cada vez mais direitos, com base numa matriz mais consumista do que cidadã. Depois, com todos os malabarismos "criativos" de um financismo que garantia um novo bem-estar através do crédito fácil e sem fim, conduzindo assim à naturalização social da dívida. Por último, com todas as miragens das novas tecnologias, que anunciavam um novo mundo, ecrânico e auto-suficiente, que na verdade se revelou gerador de novas formas de submissão e de controlo dos indivíduos. Por isso, só será possível "libertar Portugal da austeridade" se, a este paradigma, formos capazes de opor gradualmente outro: com outros valores, outras prioridades e outra linguagem, outra cultura. É desta alternativa que se precisa, o resto não passa de "remendos" mais ou menos alternantes, submetidos à mesma lógica tentacular que nos conduziu aqui. Para "libertar Portugal da austeridade" precisamos ainda de compreender que a sociedade é hoje atravessada pelo que tenho designado como "endividualismo", que é o elemento novo que deu forma, tanto ao ultraliberalismo como ao mini-socialismo do nosso tempo. O endividualismo é o novo tipo de individualismo de massas que nas últimas décadas mudou todas as regras do jogo político, tornando as diferenças ideológicas muitas vezes indiferentes, quando não insignificantes. Em terceiro lugar, para "libertar Portugal da austeridade" não é possível continuar a ler-se a realidade com as lentes de há três ou quatro décadas, as mesmas que levaram a esquerda a não pressentir as consequências da globalização, a não perceber a transformação do capitalismo em financismo, a desvalorizar o choque demográfico, a negligenciar a questão da distribuição da riqueza, a não detectar o retorno das mais brutais desigualdades, a ignorar a fragilização do Estado-providência, a incensar a "estupidez sistémica" induzida pelas novas tecnologias. Ou, ainda, a não compreender o significado do individualismo sem freio e as novas modalidades de subjectivação que ele implica, a acomodar-se com as alterações do estatuto do trabalho, a pactuar com a desvalorização do imposto e a naturalização da dívida, a não reconhecer a bomba-relógio do euro sem união política na Europa ou a não ser capaz de avaliar as consequências da mundialização da cultura e do novo paradigma a que ela deu lugar.»

Manuel Maria Carrilho, DN

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quarta-feira, maio 29, 2013
Falta saber a verdade sobre o 27 de Maio de 1977 em Angola


Falta saber a verdade sobre o 27 de Maio de 1977 em Angola

A seguir ao 27 de Maio de 1977, milhares de angolanos foram torturados e assassinados, sem julgamento. Hoje, muitas das vítimas ou familiares continuam sem conhecer toda a verdade sobre os crimes cometidos na altura.
Há 36 anos, houve manifestações em Luanda a favor de Nito Alves, então ministro da Administração Interna e membro do Comité Central do MPLA, Movimento Popular de Libertação de Angola, o partido no poder. As manifestações foram reprimidas por militares angolanos e cubanos.
A seguir, Nito Alves e os seus apoiantes foram perseguidos. Agostinho Neto, o primeiro presidente de Angola – também do MPLA –, classificou o grupo como "fracionistas" e as manifestações como uma tentativa de golpe de Estado. Dezenas de milhares de angolanos foram torturados pela polícia política angolana. Não se sabe, quantos foram assassinados sem julgamento. Hoje, os angolanos ainda não conhecem tudo sobre o que se passou a seguir ao 27 de Maio de 1977. Alguns familiares das vítimas refugiaram-se no silêncio, na esperança de um dia fazerem o luto dos seus entes queridos.

Deixo aqui alguns depoimentos através deste programa:
            
RÁDIO
Programa Português para África da DW

O programa em português da DW dirige-se aos países africanos de língua portuguesa - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe - mas também tem ouvintes na América do Sul, Europa e Ásia.

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segunda-feira, maio 27, 2013
Um massacre do MPLA, em 27 de Maio de 1977


Este crime não pode ser esquecido.
Homenagem aos que neste dia tombaram pelas balas assassinas e cobardes do MPLA.
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Rádio Cultura Angolana

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sexta-feira, maio 24, 2013
Olhares de Lisboa


Lisboa- Baixa - Arco da Rua Augusta (vista do Palácio da Independência)

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sábado, maio 11, 2013
Projecto Aves-do-Paraíso/Birds-of-Paradise Project

Projecto Aves-do-Paraíso.

Só existem na NOVA GUINÉ e vivem no interior da floresta tropical.
Levou muitos anos a filmar estas aves e a estudar o seu modo de vida.
Em colaboração o Laboratório Cornell de Ornitologia e o National Geographic publicaram num belo livro o Projecto Birds-of-Paradise , editado em 23 de Outubro de 2012.

Site:  The CornellLabof Ornithology


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domingo, maio 05, 2013
BBC na Coreia do Norte

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quarta-feira, maio 01, 2013
André Rieu - And The Waltz Goes On (composed by: Anthony Hopkins)


"And The Waltz Goes On" é uma valsa composta por Sir Anthony Hopkins e realizada por André Rieu e sua Orquestra Johann Strauss.
Além de ser um excelente actor, Anthony Hopkins, é também um compositor talentoso. Esse desempenho maravilhoso foi realizado em Maastricht e é retirado do DVD "André Rieu - sob as estrelas. Live in  Maastricht 5 ".


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