Ao ouvir agora aquela afirmação, Goldberg teve dúvidas sobre o que tinha escutado, pelo que consultou Julia Sweig, uma analista do Conselho de Relações Externas (um centro de reflexão norte-americano, que publica a revista Foreign Affairs), que o acompanhou na conversa com o ex-dirigente cubano.
Segundo Goldberg, Sweig matizou as declarações de Castro, dizendo que este 'não estava a recusar as ideias da revolução', mas a reconhecer 'que o Estado, sob 'o modelo cubano', tem um papel excessivo na vida económica do país'.
O jornalista entende que um efeito possível desta leitura de Castro seria a criação de condições para o actual presidente e seu irmão, Raúl Castro, porem em marcha 'as reformas necessárias face à resistência, que será certa, dos comunistas ortodoxos dentro do partido comunista e dos burocratas'.
A 01 de Agosto, Raúl Castro anunciou o alargamento do trabalho por conta própria e a redução progressiva das fábricas estatais, o que qualificou como sendo medidas de 'mudança estrutural e de conceito'.
Por outro lado, Fidel Castro pediu ao presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, que 'pare de difamar os judeus', na primeira parte da entrevista já divulgada.
Castro disse que o governo iraniano deve entender as consequências da teologia antissemita, 'que começou há dois mil anos'.
'Não creio que haja alguém mais injuriado do que os judeus. Diria que [o foram] muito mais do que os muçulmanos', acrescentou.
Por outro lado, Goldberg explicou hoje que, no princípio, o seu interesse principal era ver Fidel Castro a alimentar-se. Constatou que este 'ingeriu pequenas quantidades de peixe e salada, muito pão molhado em azeite, bem como um copo de vinho tinto'.