Top O Lisboeta Observador
terça-feira, março 31, 2009
Mais leitura sim...

«Da maneira como o Governo aposta na informática, sem qualquer espécie de visão crítica das coisas, se gastasse um quinto do que gasta, em tempo e em recursos, com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso. O Magalhães, nesse sentido, é o maior assassino da leitura em Portugal»
[…]
«Chegou-se ao ponto de criticar aquilo a que chamaram “cultura livresca”. O que é terrível. É a condenação do livro. Quando o livro é a melhor maneira de transmitir cultura. Ainda é a melhor maneira. A coroa de todo este novo aparelho ideológico que está a governar a escola portuguesa – e noutras partes do mundo – é o Magalhães. Ele foi transformado numa espécie de bezerro de ouro da nova ciência e de uma nova cultura, que, em certo sentido, é a destruição da leitura.»
[…]
«Passaram 50 anos e, por razões diferentes, a escola hoje destrói a leitura. Seja com a análise estruturalista linguística dos textos, seja pela ideia de que escola tem de ser mais a acção e tem de ser mais projecto e mais mil coisas que fazem a nova escola. A leitura na escola é a última das preocupações.»


A propósito das declarações do sociólogo António Barreto à revista Ler não resisto à tentação de dizer algumas coisas.

È claro, António Barreto mandou às urtigas o politicamente correcto e disse o que tinha a dizer sobre o histerismo tecnológico que anda por aí.

A transcrição(acima)de algumas passagens da entrevista de António Barreto à revista LER de Março, palavras estas, deviam fazer eco nos gabinetes dos responsáveis do ensino do nosso país. Responsáveis mais preocupados com resultados estatísticos do que a qualidade do ensino.

De facto as novas tecnologias são essenciais, mesmo imprescindíveis nos nossos dias. Não é preciso ser um génio para se perceber isso. A formação tecnológica mínima devia fazer parte integrante de qualquer escalão e ramo de ensino.
Agora colocar os computadores nos píncaros do sistema de ensino é um absurdo. È um equivoco.

Chamar “cultura livresca” à leitura a ao livro é um péssimo exemplo e um mau sinal. Talvez esteja aqui a explicação da falta de investimento nas bibliotecas públicas nos dias de hoje.

Quer queiramos ou não, por mais computadores, por mais “gadgets” tecnológicos para suporte à leitura, o LIVRO como objecto de cultura é insubstituível. Foi a maior invenção da humanidade! Ainda hoje.

Livros no computador nos mais variados suportes ou em aparelhos desenhados especificamente para o efeito como o Kindle, que é dos melhores aparelhos para a leitura que conheço, não substitui o livro tradicional.

Pessoalmente utilizo o Kindle para suporte de manuais informáticos, são muitos, e assim dá imenso jeito estarem todos juntos no mesmo suporte. Para manuais, sejam de que disciplina forem o aparelho em causa é de uma grande utilidade, dado a sua portabilidade. Agora ler o livro do Desassossego de Bernardo Soares/Fernando Pessoa,
ou um romance de Agustina Bessa-Luís, num suporte destes, é impensável!. Não dá.
Toda a magia da obra se perde.

Mas há quem continue a defender o livro e a leitura. Apesar de tudo, tenho o gosto de ver “as mais e desvairadas gentes”, a continuar a divulgar o livro, a fazer autênticas campanhas em prole da leitura. Dois exemplos que sigo com todo o interesse - estes são o que mais me tocam diariamente.

- O blogue “Projecto Clarice” (divulga a obra literária da escritora brasileira Clarice Lispector.).

- O blogue Lume & Ar da Escola Secundária do Lumiar.
Blogue generalista (dentro da área da educação), foca a literatura, novas obras e seus autores, arte, ambiente, teatro, geografia, etc.

A bloguer é daqueles professores que gosta de livros, da leitura e principalmente gosta de passar esse testemunho aos mais novos, aos alunos fundamentalmente. Nada há de mais nobre. Enquanto houver pessoas assim, os nossos filhos estarão certamente muito melhor, na companhia destes professores e dos LIVROS.

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quinta-feira, março 26, 2009
Num campo de refugiados...

Promoção da Leitura
Instituto que trabalha na Palestina premiado

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O Instituto Tamer para a Educação Comunitária recebeu o prémio Astrid Lindgren pelo trabalho de promoção da leitura na Cisjordânia e Faixa de Gaza, anunciou a fundação do prémio sueco, criado em homenagem à autora de literatura para a infância e juventude que criou a Pipi das Meias Altas. O valor é de 445 mil euros, diz a AFP.
A organização surgiu em 1989, em Ramallah, para responder às necessidades culturais da comunidade palestina. O júri sublinhou que trabalha em “condições difíceis” e dinamiza “acções de grande diversidade”.
Cria bibliotecas em campos de refugiados, edita obras para crianças e adolescentes e traduz para árabe livros estrangeiros, além de editar uma página cultural no jornal Al-Ayyat.
In Público 25 Março de 2009


Passando os olhos pelo diário de ontem, a par das notícias sobre a barbaridade da pena de morte, onde os condenações à morte duplicaram no ano passado, onde a corrupção alastra como uma mancha de óleo, onde o desemprego está a alastrar como qualquer vírus, eis que me surge uma notícia (transcrita acima) tão promissora e bonita que até ficava desfocada naquelas páginas.
È de louvar estas iniciativas, porque são realmente incríveis – criar bibliotecas em campos de refugiados, promover a leitura e por conseguinte o livro, constitui no mínimo um sinal de esperança …

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quarta-feira, março 25, 2009
I Festa do Livro Infantil de Lisboa

De pequenino é que se começa…

Programa de animação ver aqui
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sábado, março 21, 2009
Dia Mundial da Poesia mas também de alegria


No Brasil no Dia Nacional da Poesia a 14 de Março

Poetas comemoram o Dia Nacional da Poesia na Estrada de Ferro Corcovado, abrindo em alto estilo a 1ª Semana da Poesia, no Rio de Janeiro.
Poetas que falam poesia no vídeo: Bayard Tonelli, Karla Sabah, Tavinho Paes, Igor Cotrim e Elma Alegria (cantando).
Evento produzido por Ricardo Ruiz, Tavinho Paes e Herbert Marinho.
Março de 2008.
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sábado, março 14, 2009
Plano Nacional de Leitura -- Eduardo Lourenço


Depoimento de Eduardo Lourenço
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Uma lição e uma reflexão histórica por um dos maiores pensadores portugueses da actualidade.
Vale a pena ouvir atentamente esta lição.

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Incentivo à Leitura


Um comercial de TV voltado para a arrecadação de fundos para compra de livros nos EUA.

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