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terça-feira, março 24, 2015
Herberto Hélder

Herberto Hélder  1930 -2015 


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quarta-feira, março 21, 2012
DIA MUNDIAL DA POESIA

Quando desaparecer 

“Quando desaparecer
hei-de pedir à noite
que me consuma com ela
que me devaste a alma
não quero mais
quero desaparecer na noite
e só de noite consumir-me”

António Gancho (1940-2005)



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quarta-feira, junho 09, 2010
António Manuel Couto Viana


Viana do Castelo, 24 de Janeiro de 1923 - Lisboa, 8 de Junho de 2010
 Encenador, tradutor, poeta, dramaturgo e ensaísta português.
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in Público
in Sobre o tempo que passa
Um exemplo de sacanagem dos "nossos" deputados!

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quinta-feira, dezembro 31, 2009
Feliz Ano Novo!

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de Ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar de entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e...
outra vontade de acreditar,
que dali para adiante vai ser diferente...

Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Pra você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Pra você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.

Desejos GRANDES e que eles possam te mover a cada minuto,
Ao rumo da sua felicidade!!!

(Carlos Drumond de Andrade)

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quarta-feira, junho 24, 2009
Ausência


Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados.

Vinícius de Moraes

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sábado, maio 30, 2009
O que Dói às Aves

Sempre amei por palavras muito mais
do que devia

são um perigo
as palavras

quando as soltamos já não há
regresso possível
ninguém pode não dizer o que já disse
apenas esquecer e o esquecimento acredita
é a mais lenta das feridas mortais
espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo
e vai cortando a pele como se um barco
nos atravessasse de madrugada

e de repente acordamos um dia
desprevenidos e completamente
indefesos

um perigo
as palavras

mesmo agora
aparentemente tão tranquilas
neste claro momento em que as deixo em desalinho
sacudindo o pó dos velhos dias
sobre a cama em que te espero

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segunda-feira, maio 18, 2009
Um Poema

O Tempo Passa? Não Passa

O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.


Carlos Drummond de Andrade,

in 'Amar se Aprende Amando'

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quinta-feira, maio 14, 2009
Um Poema

Morrer de amor

Morrer de amor
ao pé da tua boca

Desfalecer
à pele
do sorriso

Sufocar
de prazer
com o teu corpo

Trocar tudo por ti
se for preciso

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segunda-feira, maio 11, 2009
Um Poema

Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinicius de Moraes

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sexta-feira, maio 08, 2009
Um Poema... para você. Sim é mesmo só para você.

Soneto do amor total

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

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quarta-feira, maio 06, 2009
Um Poema

O Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda a parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade,
in 'Amar se Aprende Amando'

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domingo, maio 03, 2009
Mãe!

Mãe:
Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?

Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
Que não tem coração dentro do peito.

Chamo aos gritos por ti - não me respondes
Beijo-te as mãos e o rosto - sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.

Mãe:
Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!


Miguel Torga

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quinta-feira, abril 30, 2009
UM POEMA


SONETO DO CATIVO

Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encaminhamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que não te fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!


David Mourão-Ferreira
Lisboa, 1927 - 1996

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domingo, abril 26, 2009
Jorge Luís Borges

Un texto muy particular del Argentino Jorge Luis Borges, en el cual toca con ironía su ceguera, es la versión ilustrada por el artista Carlos Burgos y con la voz en Off del genial maestro.

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sábado, abril 18, 2009
António Ramos Rosa



NÃO POSSO ADIAR O CORAÇÃO

Não posso adiar o amor


Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa
Faro, 1924


Desenho de António Ramos Rosa,
folha branca A4, caneta tombo azul, 2005

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quinta-feira, abril 16, 2009
Natália Correia


O Livro dos Amantes ( I )

Glorifiquei-te no eterno.
Eterno dentro de mim
fora de mim perecível.
Para que desses um sentido
a uma sede indefinível.

Para que desses um nome
à exactidão do instante
do fruto que cai na terra
sempre perpendicular
à humidade onde fica.

E o que acontece durante
na rapidez da descida
é a explicação da vida.

Natália Correia

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sexta-feira, abril 03, 2009
Poesia Reunida - Maria Teresa Horta

Autor: Maria Teresa Horta
Edição: 2009
Páginas: 856
Editor: Dom Quixote
ISBN: 9789722029896

A Obra Poética reunida, inclui o livro inédito "Feiticeiras"
Sem ti

Não quero viver
sem ti
mais nenhum tempo

Nem sequer um segundo
do teu sono

Encostar-me toda a ti eu não invento
Tu és a minha vida o tempo todo.

Maria Teresa Horta

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sábado, março 21, 2009
Dia Mundial da Poesia mas também de alegria


No Brasil no Dia Nacional da Poesia a 14 de Março

Poetas comemoram o Dia Nacional da Poesia na Estrada de Ferro Corcovado, abrindo em alto estilo a 1ª Semana da Poesia, no Rio de Janeiro.
Poetas que falam poesia no vídeo: Bayard Tonelli, Karla Sabah, Tavinho Paes, Igor Cotrim e Elma Alegria (cantando).
Evento produzido por Ricardo Ruiz, Tavinho Paes e Herbert Marinho.
Março de 2008.
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sexta-feira, março 20, 2009
Dia Mundial da Poesia



Sábado dia 21
no CCB Dia Mundial da Poesia


CENTRO CULTURAL DE BELÉM

- Leia a Programação -

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quarta-feira, março 18, 2009
Alexandre O'Neill

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,

Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam

Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes

Abraçados contra a morte.

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