A Igreja de Santa Sofia domina a silhueta de Istambul, na Turquia, como uma poderosa cidadela. Durante milénio e meio, ela foi cantada e admirada como maravilha do mundo; um monumento da grande cultura humana, como até agora a humanidade não voltou a ter outro.
O imperador Justiniano queria que a então basílica, construída em Constantinopla (actual Istambul, na Turquia) fosse o centro do novo mundo cristão que pretendia criar. Assim, ela era parte da missão auto-imposta do imperador de cristianizar o Império Romano do Oriente (ou Bizantino).
Para o visitante de hoje, é difícil descobrir, por trás da aparência exterior da igreja, o brilho perdido da áurea Bizâncio. O destino volúvel de Santa Sofia, de igreja cristã a mesquita islâmica e a museu actualmente, deixou atrás de si e em todos os lados os seus vestígios em forma de modificações e de coisas que lhe foram adicionadas. A magnífica cúpula principal, cuja clave se eleva 56 metros acima da nave do templo, é a única coisa que nada perdeu da sua graça e dignidade. Serviu de exemplo para a construção de numerosas mesquitas orientais e catedrais do Ocidente. O Imperador Constantino foi o primeiro a construir uma igreja no lugar da actual Sofia, quando em 336 fez de Bizâncio, com o novo nome de Constantinopla, a capital do seu Império Romano do Oriente. Chamou-lhe "meggale ekklesia", grande igreja. Duzentos anos mais tarde, esta igreja, e com ela a maior parte de Constantinopla, foi incendiada durante um levantamento contra o Imperador Justiniano (527-556).
Justiniano reconstruiu a igreja, maior e mais bela do que nunca. Os projectos foram de Thenio de Trelles e de Isidoro de Mileto, os mais famosos arquitectos da Roma oriental. Mas o imperador intrometia-se nas obras frequentemente, com conselhos e mesmo actuações. "Um anjo mostra-lhe os planos durante o sono", dizia o povo. As obras custaram 18 toneladas de ouro. Milhares de operários transportaram durante seis anos todas as riquezas do império oriental, o mais belo mármore, as mais magníficas colunas. As paredes eram cobertas de mosaicos de ouro. E Santa Sofia ("Sabedoria Divina"), quando acabada, tornou-se o santuário da cristandade oriental. Continuou a sê-lo até que os turcos, em 1453, conquistaram Constantinopla, que desde então se chama Istambul.
"Religiosidade e decoração, forma e cor, luz e lenda combinam-se, dissociam-se e sobrepõem-se em Santa Sofia, de uma forma incomparável", escreveu o professor Dr. Nastainczyk. "Como edifício, revela a transparência eucarística de tudo aquilo que é terreno, e na sua história a coincidência escatológica da fé vivida."
Foi restaurada em 1993, um ano depois de Santa Sofia ser declarada pela Unesco Património Histórico da Humanidade, junto com o restante do bairro histórico de Istambul.
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